Friday, December 13, 2013

Termos do Serviço de Avaliação de Obras de Arte

Termos do Serviço e Metodologia de Avaliação de Obras de Arte:


1. Entende-se por obras de arte para efeito destes termos: objetos de arte de qualquer período (por exemplo quadros, esculturas, ou obras em outros meios), objetos de decoração e design (tais como móveis, tapetes, equipamentos e luminárias).


2. O resultado do Serviço de Avaliação de Obras de Arte é a apresentação de um relatório por escrito dos objetos levantados com um valor estimado para cada uma das peças. Este relatório final é enviado por email mediante a contratação do serviço por pagamento antecipado.


3. A metodologia do serviço consiste nos seguintes passos:
a) visita no endereço do cliente onde estão as peças e realização de fotografias, e registro de dimensões, técnica, e eventuais observações sobre as peças. Também poderá ser analisado acervo ja catalogado, em formato impresso ou digital.
b) envio ao cliente de um orçamento e recebimento do valor antecipado.
c) pesquisa para levantamento de cotações sobre produtos similares.
d) elaboração de listagem com as avaliações eventuais observações.

4. Este serviço tem caráter informativo, documental e traduz a posição do avaliador, tendo como base sua experiência pessoal, critério estéticos de linguagem de arte, conceitos e valores de mercado. Não há um valor absoluto e inequívoco, as avaliações são baseadas em critérios de valorizacão mínima e estimativa conservadora do valor das peças. A adoção desta avaliação é de inteira resposabilidade do cliente. Ao contratar o serviço, o cliente isenta o avaliador de qualquer responsabilidade sobre a repercussão desta avaliação, incluindo apuração posterior de valores discrepantes dos levantados.

5. Agradecemos a preferência e celebramos a correta valorização dos objetos culturais, seus colecionadores e dos profissionais a eles relacionados.

Com os melhores cumprimentos, Ricardo Ramalho

PS: leia meu artigo sobre Avaliação de Obras de Arte




Tuesday, November 12, 2013

Avaliação de obras de arte

Liebig-Museum (wikimedia-Dguendel)
Este é um assunto que de vez em quando aparece e vale a pena escrever a respeito. Muita gente acredita que possui em casa uma fortuna em obras de arte e pedem consultas... lamento informar... se a obra de arte que está na sua casa fosse muito valiosa você ja saberia. Na maioria dos casos as consultas se referem a obras de procedência duvidosa ou ainda, mais frequentemente, sem grande relevância.

Quanto vale uma obra de arte? Isto depende de muitos fatores.  Vejamos alguns casos:

Uma obra comprada de galeria, de um artista representado pela mesma, costuma ter "o preço certo", um valor atualizado pelo marchand, que está antenado no mercado do referido artista. Neste caso basta visitar a galeria e perguntar quanto está custando um "fulano de tal". A galeria pode até te ajudar a vender.

Uma obra herdada da família, um artista famoso. A questão aí é verificar se ele continua famoso... ou se era famoso décadas atrás. Alguns artistas enfrentam alguma estagnação de preços, ou até uma desvalorização, ou acabam sendo marginalizados. Nas casas de leilões estes trabalhos são vendidos a preços bastante baixos e não há muitos interessados neste perfil de artista.

A obra herdada é um caso interessante porque em geral quem herdou não tem tanto interesse como aquele que inicialmente comprou. Então convém que os herdeiros se informem o máximo possível sobre a procedência das obras, e a documentação da mesma, se houver.

E se a obra for realmente boa, de um artista histórico, morto, relevante e bem documentado? Muito bem, aí neste caso temos de fazer uma pesquisa mais cuidadosa porque, embora seja valiosa, poderá ser facilmente comercializada por valores arbitrários, poderá ser vendida por R$10.000 ou R$100.000 ou ainda mais. É preciso visitar galerias especializadas neste período e obter diversas cotações. O galerista também poderá te ajudar a vender mediante comissão (que costuma ser de uns 30%).

Observe que o valor de mercado é definido para artistas vivos representados por suas galerias, e o marchand cuida para que sua cotação não seja desvalorizada, nem inflacionada: ele não pode cobrar nem mais, nem menos do que vale. Mas quando a obra é de uma coleção particular, não existe tanto compromisso com a cotação exata, e poderá ser vendida pelo preço que pagarem. Não existe preço definido simplesmente porque o artista é "experiente".

Gravura, por exemplo, é uma técnica muito relevante e apreciada por quem entende de arte. Existe um certo refinamento na "obra em papel". Assim é preciso verificar a autoria, a autenticidade, e a numeração (se for o caso... certos artistas não numeram as gravuras, são como peças únicas e tem seu valor assegurado assim mesmo, porque são reconhecidos por esta característica). Noutros casos editoras lançam pastas de gravuras de "artistas famosos"... sem numeração... e com tiragem bastante elevada... este tipo de edição é mais uma "publicação" do que uma tiragem, e poderá interessar a livreiros, tendo pouco interesse para o mercado de arte.

Em resumo, é muito importante determinar a autenticidade da peça, o estado de conservação e a relevância do artista. Falsificações na Europa são muito comuns, lá o mercado é muito antigo e disseminado, e as falsários encontram um terreno fértil há séculos. No Brasil também ja começam a surgir casos assim mais frequentes. Sobre a relevância, é preciso pesquisar como está o artista no mercado, quais suas fases mais importantes e como está sua representatividade em museus e coleções particulares. Avaliação de obra de arte não é uma ciência exata, existem muitas variáves, é preciso fazer pesquisa e conhecer minimamente o circuito. Em todo caso, como dizia meu pai "é melhor fazer um negócio médio, do que ter muita demanda".

Ricardo Ramalho

PS: leia meus Termos do Serviço de Avaliação de Obras de Arte

Monday, July 29, 2013

Contrato de Galeria com Artistas

Via de regra, as galerias não tem nenhum contrato com artistas, nem verbal. Impera o silêncio, e o sorriso. O máximo que fornecem é um "recibo de obras em consignação" que serve mais para o próprio controle do acervo da casa. Em alguns casos raros existe um contrato, quando solicitado de forma insistente pelo artista.

Os problemas que envolvem as transações artísticas deixariam qualquer malandro de cabelos em pé. Este contrato pode ser usado por qualquer Galeria. Ficarei grato se me derem o crédito :) vamos a ele:


Contrato mínimo de consignação e termos do serviço 
da Galeria com o Artista: 

Introdução: o objetivo deste contrato é regular uma relação interessante, alegre e próspera entre ambas as partes, evitando situações de constrangimento e ruídos, em busca da preservação da amizade e os resultados pretendidos.

1 - A relação da Galeria com o Artista é de parceria de longo prazo. A Galeria é parceira para serviços de vendas de obras de arte e parceira para a promoção das obras do Artista. O termo "parceira" indica que o êxito das vendas e o êxito da promoção depende do empenho e envolvimento harmonioso de ambas as partes.

2 - O artista receberá um recibo com a listagem das obras consignadas à galeria e com os Preços de Venda ao Público, devendo sinalizar por escrito estar de acordo com os itens consignados e os valores propostos.

3 - Fazer arte é uma atividade importante, exigindo alta qualificação profissional e deve ser bem remunerada, respeitada a cotação do artista no mercado. Não existe cotação de merecimento, só existe cotação de mercado. O trabalho de Galeria também é qualificado, deve ser bem remunerado e é bastante dispendioso, considerando as despesas fixas de um espaço comercial e sua equipe. A relação deve ser frutífera para ambas as partes e a continuidade deste Contrato.

4 - O Preço de Venda ao Público deve ser claro e, como sugere o nome, público, divulgado com transparência e prontidão. Para clarificar a negociação, a Galeria só considera o Preço de Venda ao Público,  não existem outros preços como "preço de atelier", ou "preço por fora", ou "preço de amigo". O artista só tem um preço na vida, que é o Preço de Venda ao Público (PVP) acordado com sua Galeria e divulgado. O "preço no atelier"ou preço na Galeria devem ser sempre os mesmos, ele traduz o valor de mercado do artista. O PVP é definido independente de haverem ou não comissões, é um valor de mercado. Uma das principais funções da Galeria é zelar por sua cotação e pela valorização consistente da obra. Quando os preços do artista se tornarem nebulosos, em virtude de maus feitos comerciais alheios à Galeria, sua cotação poderá cair. Neste caso consulte o parágrafo "12 - Casos para suspensão da parceria".

5 - As vendas são realizadas com obras armazenadas na Galeria em regime de consignação e poderão atingir obras do artista em seu próprio atelier, ou em qualquer outro local onde estejam. A comissão da Galeria é de 40% do preço de venda (exceto disposição diferente), onde quer que tenha sido negociada. A Galeria recebe sua comissão por vendas feitas em outros espaços porque ela investe no artista e é parceira do mesmo, e cobre assim custos da rotina de galeria, serviços museológicos, catalogação, conservação, gestão de empresa e pessoas, ações de marketing e custos operacionais. A comissão da Galeria não é um valor subtraído do artista, é uma partilha de um valor agregado graças ao trabalho de ambas as partes, a Galeria e o Artista juntos.

6 - A comissão da Galeria para vendas feitas no atelier do Artista é encorajada e revela uma relação transparente e salutar de cooperação. O artista parceiro indica que seus clientes comprem via Galeria, e sua reputação será recompensada. Em casos muito excepcionais o Artista poderá propor o não pagamento de comissão da Galeria por peças vendidas em seu atelier, por exemplo, quando o Artista julga que tem muitos clientes próprios. Neste tipo de situação o artista concorre com seu distribuidor, a Galeria, podendo haver conflito de interesse. Se esta prática de venda paralela empobrecer demasiadamente os resultados da Galeria veja mais sobre isto no parágrafo "12 - Casos para suspenção da parceira".

7 - A promoção da obra é uma responsabilidade também da Galeria, obtida pela representação do artista junto ao público, incluindo curadores, críticos, colecionadores e clientes em geral, mediante iniciativas de comunicação, cartas, emails, anúncios, assessoria de imprensa, mídias sociais, sites, blogs, telefonemas, publicações, exposições, arquivos, videos, encontros, palestras, debates, feiras, dentre outras, sempre com a colaboração do Artista.

8 - O Artista deve estar focado com sua produtividade e projeção artística, incluindo a manutenção de sua rede de contatos e distribuidores (tais como Galerias, Museus, Centros Culturais) e exposições públicas que valorizem seu currículo todos os anos.

9 - A Galeria é responsável pela integridade física das obras em seu poder.

10 - O artista é responsável por entregar suas obras em plenas condições de exibição, cabendo a ele os custos com molduras, chassis, ampliação, tintas, telas, pincéis e outras despesas necessárias a conclusão da obra para apreciação pública.

11 - A montagem de exposição é responsabilidade da galeria, bem como a curadoria da mesma, salvo nos casos em que a curadoria é delegada a terceiros. Artistas nem sempre facilitam a montagem e neste caso só devem aparecer na vernissage.

12 - Casos para suspensão da parceria, por iniciativa da Galeria:
a) o Artista vende obras em seu atelier por preços inferiores aos da galeria, o que configura concorrência desleal e sabotagem de preços de mercado mediante o "dumping", que prejudica investidores e clientes da Galeria.
b) o Artista vende muitas obras em seu atelier sem pagamento de comissão e a Galeria não consegue gerar resultados que justifiquem os investimentos feitos no Artista.
c) falta de diálogo sobre a producão do Artista e a falta de atendimento dos interesses da Galeria ocasionando dificuldades de vendas e representatividade.
d) o Artista vende suas obras a preços muito mais altos noutros lugares, colaborando para a formação de uma bolha em torno de sua cotação, perdendo alcance e credibilidade, a revelia da boa gestão de preços levada a cabo pela Galeria deste contrato.

13 - Casos para suspenção da parceria, por iniciativa do artista: 
a) o Artista não encontra resultados que justifiquem a manutenção da parceria, seja com vendas, ou outras contrapartidas sociais, técnicas, afetivas e promocionais.
b) a Galeria vende e não comunica o artista, ou demora para fazer os repasses devidos sobre as vendas efetuadas.
c) a Galeria falta com o diálogo, feedback e suporte teórico para sua produção e promoção.
d) a Galeria inflaciona seus preços procurando especular sobre clientes desinformados e desestabilizando a consistência de preços do artista, e comprometendo a penetração de sua obra no mercado emergente.

14 - Descontos nos preços podem ser concedidos pela Galeria, que tem autonomia para negociar e o artista deve ter alguma flexibilidade para ceder, porém a Galeria não pode derrubar sua cotação. A porcentagem da comissão da Galeria é mantida no preço final negociado com o cliente.

15 - Este contrato, que estabelece termos do serviço, poderá ser atualizado a qualquer momento pela Galeria. Outras situações não previstas poderão ser acordadas por ambas as partes, tais como existência ou não de exclusividade, partilha de comissões com outras galerias, negociação de obras mediante pagamento de ajuda de custo, atualização de preços para cima ou para baixo, dentre outras.

16 - A incidência de impostos na emissão de nota fiscal não tem qualquer interferência nas porcentagens e valores acordados. Se a Galeria vende uma obra pelo Preço de Venda ao Público, ela vai repassar ao artista os 60% deste valor, e este emitirá uma nota para a Galeria pelo valor correspondente. Todas as partes arcam com suas despesas, sejam elas administrativas ou fiscais, a incidência de impostos não pode ser usada para reduzir a margem do artista sobre seu preço.

A Galeria

Elaborado por: Ricardo Ramalho Consultoria
São Paulo, 30 de Julho de 2013
atualizado em 21 de Agosto de 2013

Friday, May 24, 2013

Por que é importante comprar arte de galerias?


Existe uma ideia entre os artistas mais inconformados de que os compradores de arte devem comprar diretamente dos artistas e devem evitar as galerias. Alguns investidores mais agressivos, e amadores, também defendem esta prática. Por que estão equivocados?

Estes artistas mais rebeldes acreditam que as galerias são os vilões do mercado, porque retirariam do artista grande parte do valor da obra sob a forma de comissões. A verdade é que as galerias não retiram valor e sim ajudam a atribuir valor e trabalham para a valorização permanente da obra. O que existe é uma parceria entre artistas e galerias, onde os primeiros delegam aos segundos uma série de serviços. Sobre isto vou explicar mais abaixo. Quanto aos investidores amadores, eles acham que uma obra comprada no atelier é mais barata do que na galeria. Isto é um equívoco porque o preço de venda ao público deve ser sempre o mesmo, independente de ser na galeria ou no atelier. Os artistas que vendem obras em seus ateliers a preços mais baratos do que na galeria terão suas obras desvalorizadas pelo mercado, porque seus preços são instáveis e variam conforme a ocasião. Se o cliente "A" compra uma obra por 2 mil na galeria, e outro cliente "B" compra uma obra igual por apenas 1 mil no atelier, na prática o artista está lesando o cliente A, e está lesando a galeria, que trabalhou para assegurar uma cotação. O vilão nesta história é o artista, que não é santo.

Como as galerias valorizam os artistas? De várias maneiras: as galerias são como os empresários dos artistas, fazem representação, conferem um bom contexto, fazem catalogação das obras, sistematizam o clipping, as publicações e os currículos dos artistas, gerando assim argumento de venda para os investidores. Além disso as galerias fazem exposição e conservação de obras, armazenagem e divulgação junto a críticos de arte e curadores. Não é novidade que os curadores tem uma relação carnal com as galerias, eles preferem visitar uma galeria com 20 artistas que sabem compartilhar em equipe, do que visitar 20 ateliers de artistas isolados e que não sabem gerar sinergias com terceiros. Alguns artistas são muito apegados ao suposto valor de suas obras e não gostam de pagar comissões. O fato é que uma boa galeria costuma ter diversos custos e funcionários para dar conta da rotina (divulgação, catalogação, gestão física do acervo, atendimento, produção de exposições, transportes, assessoria de imprensa, gestão de mídias sociais, gestão de pessoal, editoração gráfica, logística internacional, contabilidade, textos, aluguel de espaço, feiras, contas de luz e telefone, isto sem falar em vendas propriamente ditas) então é natural que cobrem uma comissão para promover os nomes dos artistas.

Mas os artistas não podem fazer isto tudo que as galerias fazem? Sim, mas não fazem, e não tem tempo para fazer. Em tese um artista deve fazer arte, e nem tanto lidar com aspectos comerciais tão extensos, eles tem pouco pendor para serviços administrativos e comerciais. A galeria oferece uma sistematização de serviços que facilitam as vidas dos artistas, dos compradores e dos curadores.

E se um artista contratar assistentes e fizer tudo o que uma galeria faz, só que para ele mesmo? Existem artistas que são proprietários de galerias, e isto é ótimo porque representam outros artistas também e possuem muita paixão pelo negócio. O que também acontece é alguns artistas terem lojas exclusivas que levam o seu nome, como por exemplo Homero Brito, Roberto Camasmie e o americano Thomas Kinkade. Sem entrar no mérito da qualidade do trabalho, que pode ser até bom, estes artistas acabam ficando marginalizados, justamente por serem excessivamente independentes, não conseguem estabelecer vínculos com os diversos atores do sistema de arte, não representam mais ninguém além deles próprios. É evidente que mais formadores de opinião frequentam as galerias que representam 20 artistas, do que as lojas que representam um único. Não pretendo questionar o êxito comercial das lojas de artista, que são até excelentes, mas questiono a capacidade de diálogo destes artistas com o sistema de arte que é formado por uma plêiade de figuras influentes que não são atendidas por este tipo de atuação.

É claro que existem bons artistas sem galeria e que merecem uma boa representação, e não estou aqui dizendo que nunca se deve comprar em atelier. O que também não se pode defender é que evitem as galerias, senão podemos também propor que ninguém visite museus, ja que artistas de museu estariam mancomunados com o mainstream da arte. E nesta lógica marginal poderíamos dizer que evitem os críticos de arte já que eles seriam a voz oficial da linguagem da arte, e evitem os curadores ja que eles seriam os guardiões do sistema "corrompido". Agora, como consultor de arte posso dizer uma coisa... convém evitar investir em artistas que se recusam a dialogar com o sistema de arte, porque eles dificilmente serão valorizados pelas coleções, sejam elas públicas ou privadas. A regra é clara: é dando que se recebe.

Ricardo Ramalho

Monday, May 20, 2013

Que outras coisas ja fiz?

Continuação de postagem anterior: o Portal de links 2020

Só por curiosidade, que outras coisas eu ja fiz?

Algumas dessas atividades tenho ainda muito apreço e poderão ser retomadas

- Professor de Hotelaria
- Chefe de sushi bar, pizzaiolo e churrasqueiro
- Curador e assistente curatorial
- Galerista
- Logística de arte
- Operador de atividade marítimo turística
- Sonoplasta e monitor de planetário
- Aderecista e cenógrafo
- Operador de pousada
- Operador de supermercado gourmet
- Gerente de restaurantes
- Fotógrafo e videomaker de casamentos
- Outras :) 


Voltar aos serviços atualmente relevantes: Portal de links

Thursday, May 2, 2013

Do PÓ à BOLHA: dois erros comuns sobre preços de arte

Se você conhece o seu preço, você vale alguma coisa. Se seu preço é nebuloso, sua cotação pode despencar, sem volta. No meio artístico existe muita confusão com preços.

Os dois erros mais comuns e desastrosos são:

1) Artista cobra o que dá na telha, conforme a ocasião.
2) Marchand inflaciona o trabalho dos artistas. Com atualizações de uma hora para outra, sem estratégia nenhuma, mesmo galerias importantes não facilitam preços ao público, nem informam sua própria equipe, tudo é avaliado na hora, como se o valor fosse "sentido" pelo bruxo, dono da galeria. (Neste caso quem cobra o que dá na telha é o marchand).

Erro 1: O preço nebuloso do artista desapegado. 
Convém que o artista tenha um Preço de Venda ao Público (PVP). E não fale em "meu preço de artista", e não tenha um segundo "preço na galeria". O preço deve ser um só, ou seja o preço de galeria, esta é a cotação pública do artista. A galeria recebe sua merecida comissão. Se o artista vende por fora da galeria, ele deve vender pelo mesmo preço da galeria. A comissão por vendas fora da galeria é acordada entre as partes, algumas galerias que trabalham com exclusividade e geram bastante resultado podem pedir comissão sobre qualquer tipo de venda. Noutro caso o artista vende bem por fora, e não aceita pagar a galeria por vendas feitas em seu estúdio. Cada caso é um caso. É melhor pagar comissão e ser rico, do que não pagar e ser pobre. Uma obra não pode ser valiosa num lugar e barata noutro. Repito: o preço do artista é um só, com ou sem comissão. É importante para o artista estabelecer parcerias com galerias distribuidoras, definindo o preço final e acordando comissões. Monitorando sua valorização real.

Erro 2: A galeria especuladora.
Existe uma bolha no mercado de arte, com três responsáveis: os marchands que vendem, colecionadores que compram, e os artistas que não administram suas carreiras. Certas galerias acreditam que dinheiro não é problema, então um trabalho pode ser valorizado sem problemas, e se o artista vende duas ou três obras depois de uma exposição importante, pronto, acham que podem encarecer mais!! Em estandes de feiras ja vi preços de obras subirem no mesmo dia, no começo da tarde o preço é um, no fim do dia ja ficou mais caro. O problema é que aumentar os preços sempre esfria o mercado. É preciso que o artista atinja uma popularidade mercadológica para que o boca-boca funcione bem, e que muitos colecionadores comprem, a ponto de solidificar uma cotação e uma relevância. O que acontece hoje é que muitos artistas jovens tem seus preços inflacionados cedo, sem que sua penetração no mercado esteja consolidada, situação muito delicada, porque não se pode diminuir depois o preço de um artista. O frenesi pelo artista é esfriado por preços caros, e novos artistas emergentes que tem preços mais baixos roubam atenção, até serem queimados também por mais especulação.

Em resumo: não brinque com seus preços, seja sério, transparente e conservador nesta matéria. Não seja um predador deslumbrado, seja um negociante sustentável.

Abraço, Ricardo Ramalho.

Wednesday, April 24, 2013

Video de 1 minuto sobre uma Reunião Consigo Mesmo


Todos sabem como reuniões são essenciais, mas de nada adiantam se o executivo não se encontra consigo mesmo. 



Aperte o play ou acesse o video no link! Obrigado!

Monday, April 22, 2013

Bem-vindo a este serviço

Caro amigo, neste blog você encontrará diversos artigos que escrevo sobre assuntos ligados ao empreendedorismo e consultoria de arte.

Fique a vontade para explorar o site e me contatar pelo email
artistaramalho@gmail.com

Um abraço,
Ricardo Ramalho

Wednesday, April 17, 2013

Consultoria para artistas: com alguma ambição

As pessoas tem uma visão romântica da arte como se o artista fosse um sacerdote sem nenhuma ambição financeira ou profissional. Não é assim. Arte é um mercado de trabalho muito competitivo e exige disciplina e procedimentos para um pleno reconhecimento.

Uma vez o artista José Resende participou de uma exposição com jovens artistas no Centro Cultural São Paulo. Sua instalação teve grande destaque na exposição. Durante a montagem tiveram de deslocar obras de outros artistas para abrirem espaço para sua obra. Num debate a noite ele foi criticado pelos artistas emergentes que tiveram de mudar suas peças de posição. Resende rebateu "falta ambição nos jovens artistas".

A ambição do artista é algo necessária, com ela poderá se projetar no meio, levar suas obras ao conhecimento de mais pessoas, dar conta da concorrência feroz, digerir os venenos, se valorizar, defender sua obra. O papel de valorização do artista está mais na mão dele do que na mão do galerista. Ao galerista, com frequência, pouco importa se um ou outro serão bem sucedidos, ele tem outros 30 artistas na manga. Embora também seja função da galeria valorizar os artistas quem deve ser o mais aplicado nisto é ele próprio.

Tenho recebido consultas e tenho prestado serviços de consultoria para diversos artistas e isto me deixa bastante contente, porque é uma atividade prazerosa dialogar com meus semelhantes. Apesar de ter experiência em museus, galerias, curadorias, e gestão, considero-me antes de tudo um artista.

O trabalho de consultoria para artistas é basicamente o estabelecimento de uma rotina de trabalho, um compromisso recíproco de dedicação a determinadas tarefas e objetivos num tempo determinado.

Os artistas tem 3 desafios comuns:
1) afinação dos conceitos de suas obras de arte
2) desenvolvimento de carreira
3) relacionamento com o mercado

Sem que todos os três desafios estejam estabilizados ele não avança com segurança:
- um artista forte no mercado, com conceitos claros de obra mas sem uma carreira, é um artista rico porém marginal no sistema. (exemplo clássico extremo, Romero Britto).
- um artista com conceitos, e com carreira de exposições, mas fora do mercado, é reconhecido, porém pobre (acho que a maioria dos artistas estão nesta situação).
- um artista que tem mercado, tem carreira, mas não tem muito conceito... é basicamente um sortudo... é uma situação praticamente impossível de sustentar por muito tempo, sua obra não vai repercutir longe.

Existe um quarto problema... também muito comum... quase constrangedor, falta de produtividade: o artista tem conceitos, tem carreira e tem acesso ao mercado, só não tem produção suficiente para um retorno significativo. Isto acontece quando o artista tem um ganha-pão distinto do fazer artístico, "sobra-lhe pouco tempo"... também acontece por falta de ambição! A solução para isto é simples. Contratar um assistente por 30 dias e criar com ele uma rotina de produção intensiva para produzir e entregar seus trabalhos. Ja fui assistente de muitos artistas. Este tipo de solução é ótima para exposições definidas, quando é preciso dar conta de muita coisa com um destino ja acertado. Ou quando queremos tirar um certo atraso de produtividade para mostrar produção. Vale lembrar que muitos artistas famosos tem assistentes contratados permanentes, para atender a demanda constante da agenda. Os artistas não tem patrão, mas precisam mostrar muito serviço.

Estou a sua disposição,

Um abraço!

Ricardo Ramalho
artistaramalho@gmail.com

Tuesday, April 16, 2013

In English


Dear friend,

You can count on me to provide support to your initiative in many areas. 
Check the page about some of my fields of expertise in portuguese.
I am an experienced entrepreneur.

Art Consulting is normally related to the curatorial task of "art choosing", but it is required a lot more than that to make a difference in the art market.

Business development should be part of any company's strategy, just like your personal development.

Your team can collaborate with your company new challenges and objectives: a temporary independent consultant can provide support to your team.

Visit my Linked In profile, under constant update, just like this blog :)

And my Facebook Page


Contact me!
Ricardo Ramalho
artistaramalho@gmail.com

Tuesday, April 9, 2013

A importância das galerias é total para todo o sistema de arte.

O mercado é a espinha dorsal do sistema de arte, não se pode imaginar o atual circuito oficial sem o componente comercial. Os museus, embora manifestem um certo afastamento, estão intimamente ligados ao mercado, os curadores contam com os galeristas como seus principais fornecedores de artistas, são raríssimas as curadorias que privilegiam artistas sem galerias. Recentemente questionei no meu blog a qualidade da atuação das galerias nas feiras de arte, então é importante agora esclarecer a importância delas, porque as minhas observações anteriores podem ser interpretadas como uma posição de rejeição ao sistema instituído, e não podemos rejeitar aquilo que queremos dominar.

A relevância museológica dos artistas, que é um dos critérios curatoriais, está intimamente ligada as suas representatividades em coleções particulares (que refletem as demandas artísticas) e os respaldos da crítica especializada. É possível que um artista seja considerado num museu, tendo como base apenas sua aceitação pelos críticos, mesmo que sua atuação no mercado seja tímida, mas isto é muito improvável ja que a produção de apreciações teóricas é frequentemente encomendada pelas galerias, quando editam os catálogos e folders de exposições. Por outro lado a entrada do artista no museu valoriza ainda mais a sua obra e o assédio de galerias. Sim estamos diante de um ciclo vicioso impenetrável.

As galerias, quando fazem um bom trabalho, promovem os seus artistas de uma forma mais agressiva e sistemática do que os museus. Estes tem que dar conta de um acervo vasto, enquanto a galeria é focada em seu punhado de artistas, realizam individuais, imprimem material de catalogação, fazem uma assessoria de imprensa mais precisa, distribuem com mais agilidade, atualizam o preço das obras e fazem eventos domésticos e internacionais com mais frequência do que os museus. Então o artista que pretender se safar longe das galerias não tem muitas escolhas, ou vive na pobreza ou adquire visão comercial ainda mais agressiva e monta uma loja própria, como faz Romero Brito. O problema é que ambas as alternativas conduzem o artista à marginalidade do circuito de arte, sendo a segunda mais feliz do que a primeira.

Ricardo Ramalho

Saturday, April 6, 2013

Feiras de arte ainda estão longe das feiras setoriais

Existe uma diferença gritante entre uma feira setorial de negócios e uma feira de artes, era bom que estes expositores visitassem mais aquelas feiras.

Numa feira setorial as empresas levam um staff numeroso para dar conta dos visitantes e atender com calma, entram na batalha para vencer. Nas feiras de arte cada galeria só leva um funcionário, ou no máximo dois, atendem com pressa, quando são encontrados, ou estão disponíveis. Na feira setorial com frequência o staff do stand é uniformizado para ser identificado, na feira de arte o staff se confunde e se camufla com o público. Uma dica para identificar o galerista: procure aquele com cara de cansado. Na setorial se apresenta a cultura de uma empresa, se faz networking e vendas: na de arte só se quer fazer vendas, e olhe lá. Na feira setorial logística é assunto sério, na de arte logística é nas coxas. Na setorial os stands procuram se distinguir de forma criativa, na feira de arte impera a mesmice. A maioria das galerias tratam as feiras com pouca objetividade, por mais que invistam alto, existe uma visão apequenada do evento, não trabalham a imagem da marca, a abordagem do evento é enfadonha, podem até faturar o suficiente, mas podiam ter um desgaste menor e faturar muito mais.

Como as galerias podem ter uma melhor experiência em feiras? Levando uns 3 ou 4 atendentes especializados, assim eles podem ficar mais soltos pelo pavilhão, com uma identificação clara entre eles, com extrema atenção ao público, com cadeiras no stand para a equipe descansar e sentar com clientes, com uma estratégia logística bem elaborada, com listas e materiais impressos para consulta, artistas bem selecionados, divulgação forte, registro fotográfico e video da feira. Enfim, tratar a feira não como "mais uma feira", mas como uma oportunidade extraordinária.

Wednesday, April 3, 2013

Não é verdade que arte jovem tem risco maior para o investidor

No mercado de arte ja faz parte do senso comum acreditar que um artista consagrado é um investimento mais seguro do que artistas emergentes. Porém, diversos grandes nomes enfrentam uma notável decadência ou mesmo a plena marginalidade após uma fase de grande reconhecimento.
Manter-se na crista da onda não é tarefa fácil neste ramo, a área cultural não é vista como essencial, o telefone do artista não toca se ele não se mantiver bem posicionado e bem visível nas exposições, catálogos, artigos, textos críticos e rodas de tapinhas nas costas. A concorrência entre os artistas é feroz, existem muitas panelas e lobbies para serem administrados ou contornados. A quantidade de espaços para expor corretamente é pequena, e são raríssimas as galerias e museus que realmente fazem um trabalho de valorização dos seus próprios artistas. A linguagem da produção plástica precisa sempre encontrar diálogo no meio, e ser considerada pertinente, interessante, promissora. A manutenção da carreira é algo constante. Um artista emergente deve ser promissor, e mesmo depois de consagrado deve continuar promissor, deve dar a impressão de que sua obra terá uma valorização constante.

De fato um artista de renome, por ja ter uma carreira consolidada e bem catalogada tem maior liquidez, ja que a notoriedade do autor facilita sua identificação pelo comprador. Um jovem artista, embora ja tenha um bom currículo, e demonstre confiabilidade, muitas vezes é desconhecido, exigindo um maior esforço de venda ou re-venda. Entretanto isto não tem nada a ver com risco maior para o investidor. Acredita-se neste risco maior porque os artistas emergentes ainda não estão com as carreiras bem reconhecidas e fica difícil prever até onde eles vão conseguir chegar. Noutros casos ainda mais radicais, o jovem artista desiste de ser artista, abandona sua produção e vai fazer outras coisas. Este seria o pior pesadelo de um colecionador. Por outro lado o preço de artistas em fase de início de carreira é uma fração do que se cobra por um grande nome. Quanto maior a altura, maior a queda: um investidor também pode micar com artistas que ja foram valiosos e estão estagnados, ou mesmo desvalorizados. Pode ainda comprar a fase errada de alguém famoso, certas obras são apenas valiosas em determinadas fases.

Numa coleção de arte jovem, se um ou outro artista não deslanchar, o colecionador ainda tem um grande leque de peças em sua coleção para compensar a perda, especialmente porque o custo mais baixo de aquisição permite a compra de um conjunto muito maior de obras. Outro aspecto a ser considerado é que a valorização de artistas emergentes pode ser dez vezes maior do que nomes consagrados, num mesmo período de tempo.

Por que dizem que artista consagrado é um investimento mais seguro? Porque os marchands preferem lucrar mais por peça vendida, mesmo que atinjam poucos clientes, do que lucrar menos e aumentar faturamento alcançando mais clientes. Além disso suas equipes tem pouco suporte e raramente tem a capacidade de lançar e promover nomes, acompanhar as carreiras, atuando assim num nicho fechado e restrito de pessoas endinheiradas e pouco informadas sobre colecionismo. Claro que estes marchands acabam ficando reféns destes vícios, assim como muitos empreendedores são reféns de suas manias e limitações. Curadores caem neste mesmo jogo, preferem digerir o que ja foi digerido, eles também querem reconhecimento de um circuito de poder ja consolidado, evitam correr riscos com nomes novos e sem repercussão, querem adular jornalistas com nomes conhecidos. São raros os colecionadores, marchands e curadores de atuação garimpeira, que vão atrás do que ainda está para ser descoberto, em compensação são estes os que fazem toda a diferença no desenvolvimento da arte.

Ricardo Ramalho

Saturday, March 30, 2013

Arte não é para o seu bico

As pessoas gastam quatro mil reais num aparelho de TV mas não são capazes de gastar quinhentos reais numa pintura decente. O sujeito tem uma casa suntuosa com mobiliário de centenas de milhares de reais e decora sua casa com pôsters e peças decorativas sem nenhuma relevância e gosto extremamente duvidoso. O carro é no mínimo um SUV novo, e a sala decorada com quinquilharias. Tenho visto também uma outra situação curiosa: zero arte nas paredes, nada.

Os brasileiros precisam aprender a apreciar mais a arte contemporânea, muitos de nós apenas visitam museus em Paris e Nova Iorque, não frequentam museus em São Paulo, que são excelentes e de nível internacional.

O mercado de arte tem crescido muito no Brasil, em especial em São Paulo e Rio de Janeiro. É uma interessante opção para o investidor. Em breve teremos mais uma edição da feira SP Arte, no pavilhão da Bienal, com mais de 100 galerias. Uma obra de um artista jovem pode custar barato e em poucos anos seu preço pode evoluir muito. Isto tudo mantendo sua casa muito bonita, seu status elevado e suas visitas encantadas.

Para investir de forma correta é preciso compreender um pouco o que vem a ser a Arte Contemporânea. Resumidamente trata-se da arte do nosso momento histórico. No século passado a arte que predominou foi a Arte Moderna, ela durou aproximadamente de 1900 a 1960, compreendendo no início, por exemplo, a tendência do expressionismo de Van Gogh, e no final por volta de 1960 a gestualidade do expressionismo abstrato de Pollock, que encerra a modernidade, de acordo com historiadores. Observe que Arte Moderna é um período, e a Arte Contemporânea é um outro período histórico, então não estamos apenas falando da “arte de hoje”, mas de uma categoria de arte, um produto bem definido por um circuito oficial institucionalizado. No futuro teremos um outro nome, talvez Arte da Nova Era, ou Pós-Contemporânea e assim sucessivamente. Para investir é necessário conhecer artistas, verificar seus currículos de exposições, verificar seu nível de envolvimento no circuito de arte, se existem textos críticos e catálogos, se o seu trabalho tem uma linguagem ja consagrada pelo sistema de arte, consultar pessoas, dialogar, ler um pouco, acompanhar. Observe que uma cerâmica de Caruarú, ou uma pintura decorativa da praça da República não são consideradas “arte contemporânea”, porque estão fora do diálogo com o meio institucional e histórico. E certamente não serão investimento, mesmo que sejam muito bonitas.

Existe o investidor conservador, e o investidor agressivo. O conservador compra grande nomes, são obras de 20 mil, 50 mil reais, ou 100 mil, que serão mais fáceis de vender depois, graças a notoriedade dos artistas. Mas a valorização poderá ser menor. Uma obra comprada por 20 mil pode ficar com seu preço estagnado por vários anos. Outro tipo de investidor é o de perfil agressivo, este compra obras de jovens artistas promissores, que poderão se adquiridas por 2 mil reais ou 5 mil reais, e em poucos anos sua cotação pode dobrar e ir além, porque são emergentes, embora a liquidez seja menor inicialmente. O conjunto de uma coleção de perfil agressivo pode sofrer uma valorização fenomenal e representar um patrimônio significativo no longo prazo.

“Não é para o seu bico” é uma generalização injusta, como todas as generalizações. É um título retórico que parte do pressuposto que nenhum dos leitores é um comprador de arte, por outro lado serve para chamar a atenção para o fato de que provavelmente a grande maioria não é mesmo, embora pudessem ser. Você pode rapidamente reverter este quadro. Então visite exposições, galerias, e museus, aproxime-se dos artistas, e colecione obras de arte de potencial cultural e representatividade conceitual no circuito instituído.

Ricardo Ramalho

Monday, March 18, 2013

A vantagem de um consultor independente e sua distinção sobre o executivo terceirizado

Um consultor deve agregar experiência e disponibilidade. Na disponibilidade reside seu principal diferencial. Muitos profissionais tem larga experiência mas não estão disponíveis, ou não podem estar. Mesmo nossos amigos ou parentes, muitas vêzes não tem tempo para conversar sobre negócios de uma forma sistemática. Ficamos constrangidos em consultar pessoas conhecidas, podemos estar incomodando, ou ainda não queremos revelar as dificuldades pelas quais estamos passando.

Com frequência é necessário um suporte pessoal temporário para ajudar a gerar uma nova rotina, ou para trabalhar na implantação de um serviço novo, e não queremos contratar mais um funcionário para o efeito. O consultor é uma ótima alternativa. Uma outra alternativa parecida seria a contratação de um colaborador terceirizado, como fazem muitas empresas, que até mantém vínculos de longo prazo com eles, mas estes executivos terceirizados normalmente são designados para tocar as tarefas regulares da empresa, e não para desenvolver rotinas, ou seja, eles existem para substituir trabalhadores com carteira assinada, estando subordinados as rotinas do negócio. Então existe uma diferença de função entre o consultor e o executivo terceirizado: o primeiro desenvolve, e o segundo executa.

Saudações fraternas!
Ricardo Ramalho
artistaramalho@gmail.com


Wednesday, March 13, 2013

O que é uma Consultoria de Arte?

Consultoria de organizações é algo rotineiro, trata-se de um serviço contratado para verificar os desafios de uma empresa, e propor soluções, segundo uma visão externa e distanciada, facilitando uma visão fria do negócio e o reposicionamento das dinâmicas internas. Como o consultor é independente ele está mais liberto dos condicionamentos políticos e operacionais da equipe.

A Consultoria de Arte tem sido o primo pobre da consultoria de organizações, ela tem sido limitada ao trabalho de seleção de artistas para acervos de colecionadores, ou galerias. Pouco além disso, este tipo de trabalho tem no máximo algum cuidado com a catalogação, e mais nada. Embora a consultoria curatorial seja relevante é preciso ir muito além para atender as demandas do circuito oficial cultural.

Você conhece algum consultor de arte que trabalhe aspectos comerciais, logísticos, administrativos e de gestão de pessoas? Se conhecer me avise. Os consultores de arte costumam reproduzir todos os vícios do sistema. É preciso entrar em todos os departamentos e buracos da empresa, com suavidade, não fazer vista grossa, e tratar de aspectos menos chiques e menos visíveis. Não se pode ficar só fazendo um trabalho "para inglês ver".

O consultor não é um sabe-tudo, é alguém dedicado ao desenvolvimento, tarefa que em geral não há ninguém designado na empresa. Normalmente a equipe está mergulhada em tarefas para ontem e na entrega de serviços, não há disponibilidade para implantação de melhorias. Desenvolvimento de negócios não é um bicho de sete cabeças, é só ter alguém que trate disso dentro da organização e que exista suporte para essa pessoa. Quando alguém se dedica aos aprimoramentos e existe soma de forças a coisa evolui.

Dialogamos sobre os desafios, definimos linhas de ação, e fazemos juntos as coisas acontecerem.

Uma vez fiz um curso de cultivo em estufas. O agrônomo disse:
"Ou você é produtor, ou é agrônomo, não dá para fazer as duas coisas. Quando exerço a agronomia não tenho tempo para produzir, eu quando estou produzindo agricultura eu tenho de contratar um agrônomo, alguém atualizado".

Ou seja, fazer é uma coisa, desenvolver é outra.

Um abraço!
Ricardo Ramalho
artistaramalho@gmail.com

Consultoria de arte tem desafios próprios


Não apenas os clientes tem seus desafios para resolver, o consultor de arte também.

Caos: o meio artístico prima pela informalidade, em todas as instâncias. São galerias de arte de gestão familiar (podem ter 10, 20 ou 30 funcionários, a gestão ainda é familiar, no pior sentido), museus fechados em si mesmos (querem o público leigo, mas não querem o especializado), empresas cheias de caprichos, artistas mal representados, colecionadores sem atendimento, obras mal conservadas, técnicos desvalorizados, proprietários centralizadores, alta rotatividade, estagnação das empresas culturais, muita pose e pouco resultado... olha... a coisa está complicada. Há muito trabalho para ser feito.

Ja repararam que as galerias brasileiras não tem filiais? Por que não? Porque o negócio é personalista e centralizado nas mãos do dono. Não há como crescer por que o dono não é dois. Não existe formação de equipe, treinamento, carreira... Gerência? As galerias tem diretores, um cargo elevado, mas não tem gerência. Entre o diretor deslumbrado e a secretária impotente não tem ninguém no meio de campo. Os coordenadores de logística e coordenadores de divulgação na verdade são secretárias também, o titulo é fictício, não apitam nada e dançam conforme a música. Rembrandt vendia quadros de outros artistas no atelier dele, tinha uma pequena sala expositiva: pouca coisa mudou desde o século XVII.

Alias, logística ninguém sabe o que é. Acham que logística é chamar um caminhão e entregar um quadro. Logística exige organização de todos os aspectos operacionais, rastreamento, acesso e disponibilização da informação, conservação de mercadorias, instalação e fluxo de atividades.

Somente pessoas muito inteligentes e talentosas vão contratar um Consultor de Arte.
:)
Sucesso!
Ricardo Ramalho


Friday, March 1, 2013

O nosso desamparo

Quem procura consultoria está inquieto, percebe o perigo de estar desamparado e sozinho. Não se iluda com um grupo, mesmo uma tropa numerosa pode estar isolada. Por mais maravilhosa que seja uma equipe, sempre precisarão alinhavar novas alianças, reciclar os diálogos, desestabilizar a estagnação, ganhar força em seus conceitos, conectar com outras realidades.

Aquele que não precisa de consultoria se enquadra numa das três categorias: ou ja tem consultores que cheguem, ou é gênio, ou está equivocado. Todos estes precisam de consultoria. Os que ja tem consultores que cheguem estão brincando de escritorinho e não vão muito longe. Os gênios, se forem mesmo inteligentes, vão tomar medidas preventivas para estabilizar sua posição. E o equivocado está empenhando em andar com a corda no pescoço para o resto da vida, ou até se dar mal num curto espaço de tempo.

"Não é possível chegar ao destino sem conhecer nossa posição" ensinou um professor de navegação náutica. Se não conseguirmos olhar para nós mesmo, perceber o entorno, se não conseguirmos reconhecer nossa posição (incluindo as condições estruturais), não chegaremos onde pretendíamos. E o importante não é apenas chegar a todo custo, estropiado. É chegar sorrindo, brilhando, em ordem, pronto para outra.

Ricardo Ramalho
www.facebook.com/ramalhoface

FAQ

Frequently Asked Questions

1) Você só trabalha com consultoria de arte?

Não. O meu trabalho de consultoria está voltado para a organização, desenvolvimento de negócios e aconselhamento pessoal. Tenho especialidade na área de arte contemporânea, mas trabalho também com muito interesse noutras áreas. Não fico restrito ao meio da arte, porque é um mercado muito engessado e restritivo (vide meu outro breve artigo sobre Consultoria de Arte e outro sobre os desafios da Consultoria de Arte). Ja trabalhei em áreas variadas, como hotelaria, gastronomia, produção, educação, náutica, logística, gestão de negócio então posso contribuir numa gama de situações.

2) Seu preço parece muito acessível. Por que?

Porque comecei a fazer consultoria em 2013 e estou angariando clientela e experiência neste tipo de serviço. Quando eu estiver cheio de clientes os preços poderão subir, como é natural. Acredito em preços agressivos e respaldados pelo mercado. Embora digam que o preço alto também sinaliza boa reputação, prefiro construir minha reputação de acordo com os resultados da minha colaboração.

3) Você é bom mesmo?

Sou. Ja fiz muita coisa em áreas muito distintas, construí um repertório de soluções, diagnósticos, liderança, treinamento e trabalho em equipe. Tenho 45 anos, e sou particularmente forte na formatação de conceitos de trabalho. Um conceito de negócio, é também um conceito de arte.

4) Como você pode me atender?

De muitas maneiras. A primeira conversa é gratuita e não tem compromisso. A partir daí podemos combinar encontros semanais, ou conforme a demanda. Alguns clientes pedem uma carga horária maior e um relacionamento mais intensivo. Tudo pode ser negociado, definido e reavaliado.

5) Você não é formado em gestão de empresas. Por que devo contrata-lo?

Minha formação de base pode ser meu principal diferencial. Ja atuei na gestão de diversos negócios e projetos. Também ja participei de treinamentos em muitas empresas, fiz cursos de capacitação na área do empreendedorismo, possuo visão crítica e capacidade criativa. Sou intuitivo, mas não me restrinjo a intuição, aplico métodos consagrados de trabalho, como a busca pelo envolvimento e valorização da equipe, e formalização dos processos. Sou licenciado em Educação Artística e meus estudos de pós-graduação, incluindo na área da metodologia de pesquisa qualitativa, me instrumentalizam para um diálogo de igual para igual com qualquer executivo. Flexibilidade e cultura geral também são atributos essenciais para um consultor.

6) Eu estou inseguro sobre a contratação de um consultor. O que fazer?

Chame um consultor para uma visita sem compromisso e converse para ganhar mais confiança. Outro aspecto a considerar é a definição de seus desafios, que muitas vêzes não estão claros. Poderá também chamar o consultor para ajudar a definir as questões. Algo para ter em mente é o desejo de mudança, ou evolução. Se não estiver disposto a desenvolver as coisas e implantar as decisões definidas em comum acordo, não vale a pena alugar o consultor.

Para mais dúvidas contacte,
Ricardo Ramalho
artistaramalho@gmail.com